segunda-feira, 23 de julho de 2012


por Aline Bonilha



Morar em apartamentos não é impedimento para manter um bichinho de estimação, mas, segundo veterinários, alguns cuidados a mais são necessários para criar gatos e cachorros neste tipo de ambiente.

Antes de tomar esta decisão, certifique-se de escolher raças de cachorro que mais se adaptam à vida em apartamentos. Por serem mais tranquilas e de pequeno porte, as mais recomendadas são maltês, yorkshire, shih-tzu, poodle, lhasa apso, segundo o veterinário Guilherme Dedemo Ribeiro, do Território Animal.

Mesmo assim, para o animal não se estressar por ficar em um ambiente menor e fechado, são indispensáveis manter hábitos diários, como o passeio com ele, por exemplo. "É fundamental para evitar o estresse", diz Ribeiro.

Os cuidados com a segurança devem ser iguais aos que se têm com uma criança. As sacadas, por exemplo, devem ter proteção, pois, estressado, o bichinho pode tentar a liberdade por ali. Com gatos, então, a segurança deve ser dobrada, pois eles sobem nas janelas.

"Para se evitar surpresas, é preciso manter janelas sempre com telas de proteção, igual à que é colocada para crianças, pois gatos são caçadores natos e atentos a tudo que se movimenta ao seu redor e não pensam duas vezes antes de pular, independentemente de estarem no primeiro ou no 10º andar", explica a veterinária Nátalie Massaro Rosa, da Massaro Estação Animal.

Companhia
Para Ribeiro, é possível ter dois e até três animais pequenos no apartamento e isso colabora para que ele não se sinta solitário, caso passe o dia sozinho.

"A Belinha é muito tranquila, não temos problema com ela por morar em apartamento, mas não tenho a intenção de outro. Ela se distrai com os brinquedinhos e quando passeamos com ela", fala a empresária Fátima Abduch, dona de uma cachorrinha poodle.

O ideal é reservar uma área para que o cachorro ou gato façam suas necessidades. No caso de apartamento, esse local fica geralmente na lavanderia, por não ser de grande circulação. "Existem produtos de passar no chão que inibem que o animal faça suas necessidades naquele local, o que ajuda a educá-lo para que faça sempre no mesmo local", informa Ribeiro.

A estudante Paula Abduch é sobrinha de Fátima e mora com a família no mesmo prédio que a tia. Ela tem um shih-tzu, que vive com a família há 17 anos. Antes, eles moravam em uma casa, mas o cachorro não estranhou muito a mudança para o apartamento." No começo acho que ele estranhou um pouquinho, mas ele é comportado, quietinho, quase não late. Os vizinhos não reclamam", conta Paula, que passeava diariamente com o cão, mas diminuiu o ritmo devido à idade avançada do animal.

A PARTE SAÚDE DESSA CONVIVÊNCIA.

Para João Negreiros Tebyriçá, médico alergista e membro da Comissão Científica da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia do Rio de Janeiro (ASBAI – RJ), a alergia a pêlos de animais é um problema que está se tornando mais comum, uma vez que cada vez mais pessoas vivem em apartamentos com animais de estimação como cães e gatos.

De acordo com o alergista, o problema não era visto em outras épocas porque a maioria das pessoas que tinham animais de estimação viviam em casas com quintais e os mascotes não entravam tão frequentemente nos aposentos. Agora, com a aproximação causada pela moradia em apartamentos, os donos ficam mais próximos dos elementos responsáveis pela alergia, trazidos pelos pêlos dos animais. Ele explica que, ao contrário do que se diz, o que causa a alergia não são os pêlos em si, mas proteínas específicas, encontradas na saliva e na pele dos bichos.

O especialista afirma que a alergia é um quadro adquirido, não se nasce com ele. O certo é que algumas pessoas podem ser mais ou menos propensas a desenvolvê-la. No entanto, é a proximidade demasiada com os agentes responsáveis pela doença que facilita a alergia. Ele diz que, apesar de adquirido, o problema não surge de imediato. Segundo ele, o quadro pode demorar meses para se manifestar, na forma de sintomas respiratórios, como coriza, coceiras na garganta, coceira nos olhos e outros. Para ele, os principais responsáveis são a pele e a saliva. “No caso dos cães, a pele descama, e entra em contato com os donos. No caso dos gatos, é a saliva a principal fonte das proteínas que causam a alergia. Vale lembrar que as substâncias alergênicas dos gatos são tão ‘grudentas’, por assim dizer, que uma criança, por exemplo, que tenha contatos com um gato, pode provocar reações alérgicas em outras”.

Para fugir da alergia, João afirma que as formas possíveis são remover os animais do lar, ou ser vacinado com alérgenos. Retirar os animais é a solução mais dramática, que apesar de não apresentar resultados imediatos, pode ser muito eficaz em longo prazo. A vacina contra a alergia pode, por sua vez, aumentar a resistência contra as proteínas causadoras do problema. Infelizmente, ainda não surgiu uma vacina eficaz contra alergia alimentar a frutos do mar, por exemplo, e os portadores dessa variedade específica podem até mesmo sofrer um choque anafilático ao ingerir as comidas responsáveis pela reação alérgica.

Fonte: jornalacidade.com.br/www.unimedrio.com.br

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