terça-feira, 4 de setembro de 2012

Publicado por Animalle Mundo Pet 



Quem tem animal em casa sabe: os cuidados com a higiene do pet e do ambiente devem levar em conta o surgimento de uma ameaça tão comum e antiga quanto o próprio homem: as famigeradas pulgas. Esses minúsculos insetos pertencem à ordem Siphonaptera, que engloba diversos gêneros (existem cerca de 1.900 espécies conhecidas de pulgas no mundo) e parasitam as mais diversas classes de animais, como mamíferos, aves, etc.. As pulgas mais comuns no ambiente urbano são as dos gatos (Ctenocephalides felis), que também podem infestar cães; as dos cachorros (Ctenocephalis canis) que também podem infestar felinos; e a Pulex irritans – o nome já diz tudo – que tem como hospedeiro preferencial os humanos. Todas podem transmitir doenças sejam leves como reações alérgicas ou graves como a peste bubônica (vetorizada pela espécie Xenopsylla cheopis que parasita roedores). De acordo com o farmacêutico bioquímico especialista em entomologia urbana e ex-chefe do serviço de desinfestação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Eduardo Joseph Sayegh, as pulgas desenvolvem-se por meio de metamorfose completa, que compreende ovo, larva, pupa e inseto adulto e, por isso, dispõem de vantagens evolutivas que as tornam difíceis de combater. Uma delas é o desenvolvimento condicionado à oferta de alimento, o que lhes confere grande competitividade biológica. “São insetos com muitas ferramentas que permitem a sobrevivência em épocas hostis até que suja um hospedeiro em potencial”, explica Sayegh. E é ai que mora o perigo: quando se pensa que as pulgas do animal acabaram, ocorre um novo surto. “O controle dos focos é bem complexo e requer uma abordagem coordenada”, recomenda Rosangela Ribeiro, gerente de programas veterinários da WSPA – Sociedade Mundial de Proteção Animal. De acordo com Ribeiro, quando ocorre uma infestação por pulgas, somente 5% dos insetos se encontra no animal, os outros 95% ainda estão na forma de larva, pupa ou ovo no ambiente, onde podem permanecer por meses. “Tentar controlar a praga somente com o uso de antipulgas não é a melhor estratégia”, completa.

Conheça e combine duas formas de eliminar as pulgas de vez

Combate, etapa 1: ambiente

A eliminação das pulgas deve englobar ações no ambiente, peça chave na erradicação de 95% da infestação. E, acredite, um dos melhores produtos para o controle desses insetos na casa é o aspirador de pó. “Mas atente-se, o eletrodoméstico deve ser de alta potencia e ter no mínimo 1.000 watts”, orienta Eduardo Joseph Sayegh, farmacêutico bioquímico especialista em entomologia urbana . A pulga adulta coloca muitos ovos por dia que caem em todas as partes da casa, pois não se prendem aos pelos e o aspirador é a maneira mais eficiente de recolhê-los. “Aspire sofás, pisos, a cama do animal, rodapés e frestas, tacos, tapetes, enfim, todos os locais onde o inseto em suas diferentes fases possa estar escondido”, completa o farmacêutico bioquímico. Ainda de acordo com Sayegh, uma boa prática é a aspersão de inseticida aerossol no saco do aspirador, após o serviço, de maneira a eliminar as pulgas adultas. “Importante é não esquecer de descartar o saco após esse processo”, enfatiza. Quanto aos cobertores e panos usados pelo animal, é recomendável fervê-los por cerca de 10 minutos logo após a lavagem corriqueira. Em infestações ambientais severas deve-se realizar a dedetização do ambiente com empresas especializadas em controle de pragas urbanas, além de associar controle ambiental e o tratamento simultâneo de todos os animais da casa. A prevenção, no entanto, é simples: observe constantemente o comportamento dos bichinhos e faça uso regular de antipulgas para que o ciclo não recomece. Mantenha o ambiente o mais limpo possível e faça do uso do aspirador de pó um hábito, de duas a três vezes por semana.


Combate, etapa 2: animais

Se você tem mais de um bichinho em casa, trate-os da mesma maneira, mesmo que acredite que apenas um tenha sido infestado. O combate junto aos animais deve ser feito com a utilização de antipulgas com efeito residual (medicamentos aplicados combatem apenas as pulgas adultas), de maneira sistemática e constante. “O primordial é a prevenção, ou seja, aplicar esses produtos todos os meses, já que muitos animais são alérgicos à saliva do inseto”, explica a veterinária Rita Carmona, mestre em dermatologia veterinária pela Universidade de São Paulo. De fato, existe uma alergia conhecida como DAPP (Dermatite Alérgica à Picada de Pulga), que pode fazer o animal sofrer com coceiras intensas e lesões dermatológicas. “Administre medicamentos antialérgicos para eliminar os sintomas, mas não deixe de combater a causa da alergia, acabando com as pulgas o mais rápido possível”, enfatiza Rosangela Ribeiro, gerente de programas veterinários da WSPA.

As profissionais recomendam a utilização combinada de produtos que matam pulgas adultas com inibidores de crescimentos desses insetos, contidos numa grande parte de preventivos para pulgas disponíveis no mercado. Nos animais, aplique produtos consagrados e de marcas reconhecidas – tipo sprays ou spot on (produto tópico de pingar) – a cada 30 dias. Porém, evite o uso de sabonetes e xampus antipulgas, pois além de ineficazes, não apresentam efeito residual e podem ser tóxicos para filhotes e animais idosos ou debilitados. Também não é recomendável o uso de talcos antipulgas, pois a ingestão do produto pode causar intoxicação. Nesse quesito, Ribeiro faz um alerta: “nunca use qualquer outro produto que não seja de uso veterinário e jamais aplique nos animais inseticidas para controle ambiental de insetos, como formigas e baratas.” O ideal é sempre consultar um veterinário. 


Fonte: Portal UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O 4Patas agradece a sua presença e seu comentário.
Volte sempre, seja nosso Seguidor