sábado, 20 de outubro de 2012



por Jorge Montez.


Estão por toda a parte, com um ar saudável e até bem nutridos. Muitas das vezes são imponentes. Andam por ali como se a cidade fosse deles. Os gatos de Istambul parecem os reis da cidade, mais do que em qualquer outro lado na Turquia. Mais do que em qualquer cidade do mundo.



A torre Galata é um dos monumentos que todos os guias assinalam por ser o último vestígio da muralha florentina. A imensa torre circular ergue-se agora imponente numa pequena praça. É um dos ex-libris de Benoglú e muito procurada pelos turistas, ficando a caminho da ponte que leva o mesmo nome e que parece ser o paraíso dos pescadores.

Durante o dia é um constante rodopio de turistas, de máquina fotográfica em riste preparados para congelar o momento e, neste caso, também o monumento. Mas as objetivas viram-se para o canteiro de uma árvore onde um gatarrão se sente como o rei de Galata, senhor da torre. O que este gato tem de especial é a sua majestade. De resto é igual a tantos que pululam por Istambul e que se podem encontrar em quase todos os monumentos.

Ao contrários dos gatos que conheço, os de Istambul são amistosos. Escrevi "dos gatos que conheço", mas devo fazer uma ressalva ao Senhor Silva, o gato lá de casa, que até nos vem receber à porta. Mas esse tem um problema de personalidade: está convencido que é cão.

A maioria destes gatos - dizia - são amistosos e até meigos, procurando com pequenas turras o carinho de quem passa. Estão e sentem-se em casa onde quer que se encontrem, mas também sabem que o seu bem estar depende de todos quanto com eles partilham os espaços.

E os gatos vivem nos mais insuspeitos locais. Imagina um gato a viver pacatamente no Museu dos Coches, cruzando-se com os turistas? Pois eu vi um em Hagia Sofia...




São muitas as razões para que os gatos gozem de tão boa vida em Istambul. A primeira das quais é histórica e prende-se com a verdadeira praga de ratos que ameaçou Istambul nos anos 30; a segunda é religiosa e tem a ver com a ligação dos gatos ao profeta Maomé, num país predominantemente muçulmano.

A lenda diz que um gato afastou uma serpente venenosa que se aproximava e ameaçava Maomé e também que noutra ocasião o profeta ao ver que um gato dormia aconchegado numa ponta do seu manto o cortou para não incomodar o animal.

A verdade é que Istambul parece-se muito com o paraíso dos gatos e vemo-los aparentemente saudáveis e dengosos um pouco por todo o lado.

Mas as aparências iludem e muitos destes animais estão doentes, pelo que continua a não ser aconselhável fazermos festas, por muito que seja difícil resistir ao seu charme.

Já os cães, pelo contrário, não se deixam ver muito nas ruas da cidade do Bósforo. São barulhentos e menos asseados e talvez esteja aqui a preferência por gatos que é predominante em Istambul mas já menos no sul da Turquia.

Eu, se fosse gato gostaria de viver em Istambul.

Fonte: http://www.tsf.pt - viagem de comboio.

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