terça-feira, 31 de janeiro de 2017

GATEIROS E CACHORREIROS. EITA RAÇA!




por Dener Giovanini




Normalmente não comento sobre as manifestações dos leitores. As razões são várias. Vão desde a impossibilidade de responder pessoalmente a todas as mensagens – que são muitas – até a precaução no sentido de manter um espaço absolutamente democrático para que cada um se manifeste livremente, sem correr o risco de ter sua opinião censurada ou questionada.

Porém, dessa vez decidi tecer mais alguns comentários a respeito da nota sobre a Consulta Pública da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, que irá publicar uma Lista Oficial de Espécies Invasoras.

O que me motiva a escrever agora foi a enorme repercussão que a nota alcançou. Foram quase 6 mil recomendações no Facebook, mais de 150 comentários de leitores e quase 200 réplicas no Twitter.

Poucas vezes vi na internet um número tão grande de pessoas se manifestando a respeito de uma notícia. No caso da nota sobre as espécies invasoras, tamanho alcance deve-se principalmente ao enorme poder de mobilização que os protetores de animais domésticos possuem. Eles são conhecidos popularmente como gateiros e cachorreiros. São pessoas que dedicam grande parte do seu tempo a causa da proteção dos animais domésticos.

Essas pessoas são capazes de sacrifícios imensos para defender aquilo que elas acreditam. Não existe no mundo – e digo sem medo de errar – nenhum outro movimento em que seus membros se envolvam tanto com a causa que abraçam. Nenhum grupo político ou religioso possui integrantes dispostos a tanto sacrifício pessoal como é o caso dos gateiros e cachorreiros. Nenhum grupo social tem uma capacidade de mobilização tão forte quanto eles. É impressionante.

Rapaz salva cão de Turistas em
Melbourne


A sorte de quem maltrata animais é que esse imenso grupo de protetores ainda desconhece o poder que tem. Pois no dia que eles se organizarem e passarem a ter estratégias claras de atuação, o mundo político irá tremer.

Os protetores de animais podem arruinar uma carreira política. Podem condenar um produto ao fracasso e, até, causar enormes prejuízos à empresas que insistem em ignorá-los. Uma grande parte desse grupo de ativistas é formada por donas de casa. São mulheres que decidem o que comprar em seu lar e que, com o poder de mães, esposas e filhas, conseguem mudar a opinião – e o voto – da família.

Para a felicidade daqueles que ignoram os apelos desse grupo, o movimento ainda não é organizado. Não existem lideranças nacionais com capacidade de mobilizar e de conduzir uma ação uniforme em território nacional. No dia que isso acontecer, senadores da República e até candidatos a presidente do país terão que estender tapetes vermelhos para eles.



O mais impressionante nesse grupo, além do grande poder de mobilização, é outra característica muito singular: grana. Ou melhor, a falta dela. Em 25 anos de lida diária na causa ambiental, nunca vi um “movimento social” trabalhar sem ganhar. Pelo contrário. Penso que os protetores de animais é o único grupo que tira do próprio bolso o financiamento para as suas causas. Eles não são empregados em ONGs, não recebem bons salários, como a grande parte dos ambientalistas profissionais, não dispõe de financiamento público e muito menos recebem emendas de parlamentares. O dinheiro deles vem das “vaquinhas”, das “rifas” e dos trocados que conseguem juntar impondo-se algum sacrifício pessoal.

Não existem estatísticas que mostram quantos eles são. E muito menos existem dados oficiais sobre quem eles são.



Mas uma boa dica para identificar um potencial protetor é reparar em alguns dos seus hábitos mais comuns: possuem animais domésticos, provavelmente mais de um. Nas redes sociais, seus álbuns de fotos sempre possuem a foto de um gatinho, de um cachorrinho, ao lado das imagens de suas famílias. Nas ruas, seu animal de estimação está quase sempre no colo, ou, se for grande, sempre ostentará um pelo brilhoso ou uma coleira da moda. Para esse grupo, não existe diferença social entre os animais. Os de “raça” e os “vira-latas” são iguais, nem mais, nem menos.

A eles, os protetores e protetoras do Brasil, dedico minha inteira admiração e agradeço imensamente as lições de amor e respeito à vida, que muitas vezes nos faltam quando somos absorvidos pelos debates “técnicos” em nossa luta ambiental.

Obrigado.

Fonte: sustentabilidade.estadao.com.br

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

10 Cães mais carinhosos



Imagem Pinterest



  • Labrador Retriever

    Cães mais carinhosos - Labrador

  • Quem já teve o privilégio de passar algum tempo em contato com um cachorro da raça Labrador sabe o quanto estes animais podem ser dóceis e brincalhões. Sempre em busca de diversão e carinho, eles são o tipo de cão com quem até as pessoas mais medrosas se sente confortáveis, apesar do grande porte; tendo em vista que o carinho e o nível zero de agressividade da raça são algumas de suas características mais marcantes. 

    Usado com frequência em trabalhos terapêuticos e de auxílio a pessoas portadoras de deficiências físicas e intelectuais, os labradores são cães bastante pacientes, espertos e facilmente adestrados – ocupando a posição de número sete na lista das raças caninas mais inteligentes do mundo.


    Lhasa Apso 

    Lhasa Apso

  • Totalmente apegada e companheira de seus donos, os cãezinhos Lhasa Apso são, além de dóceis, extremamente protetores – alertando seus proprietários em relação a qualquer tipo de perigo ou ameaça que possa perceber. Embora possa se comportar de maneira bastante tímida quando ainda não conhece as pessoas, bastam alguns carinhos para que ele adquira confiança e se torne um companheiro de primeira qualidade. 

    Obediente e leal, o Lhasa Apso também se adapta aos mais diversos ambientes com bastante facilidade, não apresentando muitos problemas ao ficar só por algumas horas; já que, quando o seu dono chega em casa, a alegria é tanta que só pensa em brincar e receber carinhos. Dona de um nível médio de energia, a raça não necessita de muitas atividades físicas para se manter com saúde. 

    Tido por muitos como ideal na função de cão de alerta, o Lhasa Apso tem, inclusive, parte de seu nome ligado à essa característica específica – já que muitos estudiosos creem que o Apso da raça vem do seu nome nativo Abso Seng Kye, que significa “Cão-Leão Sentinela que Late”; poisos cães da raça costumavam vigiar a entrada de monastérios tibetanos em tempos passados, alertando sobre o surgimento de qualquer perigo com latidos altos e agudos.


    Pug 

    Pug

  • Considerado um cachorro de temperamento bastante tranquilo, o Pug é um ótimo animal de companhia; capaz de dar muito amor e carinho aos seus donos. Sensível e brincalhona, a raça raramente deixa o seu bom humor de lado, estando sempre pronto para acompanhar seus proprietários por onde quer que forem. 

    Calmo e meigo, o Pug se dá muito bem com pessoas idosas e pode enfrentar problemas ao interagir com crianças muito pequenas – mas não pela possibilidade de poder se tornar agressivo e, sim, pelo fato de não lidar bem barulhos muito altos. Silencioso, o cão da raça não costuma latir muito, e deve receber bastante atenção de seus donos; caso contrário pode se tornar depressivo. 


    Bulldog Inglês 

    Bulldog Inglês

  • Embora a sua cara possa não ser muito amigável para alguns, o Bulldog Inglês é um cão extremamente afetuoso, leal e companheiro de seus donos. Mesmo sendo relativamente independente, a raça adora passar tempo na companhia de seus proprietários e se adapta com facilidade a diferentes tipos de ambientes e pessoas. 

    Dócil, a raça só ataca nas ocasiões em que precisa se defender de algum ato violento, e é bastante inteligente. Apesar de ser considerado um cachorro bastante teimoso, o Bulldog Inglês é capaz de obedecer todo tipo de comando quando adestrado de maneira adequada, sendo um ótimo companheiro para quem busca um pet amigável e brincalhão.


    Dachshund 

    Dachshund

  • Fã de brincadeiras e sociável com outros animais, o cão Dachshund – popularmente conhecido pelo apelido de “salsichinha” – é bastante corajoso e um tanto independente; embora adore participar das atividades realizadas em família. Considerado um cão muito companheiro, pode ser indicado tanto para crianças como para idosos como um fiel amigo. 

    Curiosa, a raça tem um espírito caçador, e frequentemente pode ser vista em busca de novas aventuras ou de animais intrusos de pequeno porte, como ratos. Bastante ciumento com os integrantes de seu lar, esse cachorro é muito carinhosos e dócil com os que ama, devendo ter algum tempo para se acostumar com desconhecidos e adquirir confiança neles.


    Old English Sheepdog 

    Old English Sheepdog

  • Conhecido no Brasil em função do personagem Priscila, da extinta TV Colosso, o Old English Sheepdog é um cão extremamente fiel, carinhoso e protetor com sua família; tendo uma personalidade bastante equilibrada e que exerce a função de guardião 24 horas por dia. 

    Inteligente e afetuoso, pode assustar que não conhece pelo tamanho que pode atingir (acima de 60 centímetros de altura)– no entanto, sua aparência é tão calma e tranquila que pode ser confundido com um bichão de pelúcia com certa facilidade. Bastante companheiro, é muito paciente com crianças, podendo passar horas brincando com elas sem nenhum tipo de problema.


    Beagle 

    Beagle

  • No foco das atenções após a invasão do Instituto Royal, o Beagle é um cachorro muito fiel e dedicado aos seus donos – embora possa apresentar alguns problemas de obediência, em função de seu temperamento teimoso. Bondosa e dócil com crianças, a raça fica amiga de pessoas e animais de todos os tipos com muita facilidade, sendo extremamente sociável. 

    Considerado um cão muito companheiro e brincalhão, o Beagle é bem apegado à sua família e se adapta com facilidade a diferentes tipos de ambiente – embora o mais indicado seja que viva em uma casa com espaço grande, já que tem um nível alto de energia e precisa se exercitar para manter-se com saúde.


    Shih Tzu 

    Shih Tzu

  • Bastante confundido com os cães Lhasa Apso (de onde surgiu a partir da mistura com o Pequinês), o Shih Tzu é tão carinhoso e apegado aos seus donos quanto a raça que lhe deu origem, e seu pequeno porte permite que passe horas recebendo carinhos no colo dos proprietários. 

    Mesmo sendo um cão bastante dócil, manso e calmo, o Shih Tzu segue os que ama em qualquer tipo de atividade; seja ela assistir televisão ou passear e brincar em locais abertos – podendo ser considerado um ótimo companheiro, que se torna especialmente apegado aos donos que lhe dão mais atenção e carinho (embora seja independente e não sofra por passar períodos sozinho).


    Maltês 

    Maltês

  • Reservado com estranhos e cheio de energia, o Maltês é dócil, companheiro e extremamente protetor em relação aos seus donos – podendo, inclusive, desafiar cães de raças muito maiores para proteger e defender os que ama. Ágil e inteligente, a raça pode ser adestrada com facilidade, e está sempre de olho nos seus proprietários e nas pessoas por quem sente mais amor. 

    Mesmo tendo características fortes como as de obediência e inteligência, o Maltês é muito ativo e agitado, e necessita de atividades físicas para se manter com saúde – mas se adapta bem para viver em ambiente pequenos, como apartamentos. Feliz e sempre pronto para brincadeiras, a raça passa boa parte do tempo abanando a sua cauda e esperando por pessoas com quem possa interagir; já que é muito companheiro e não gosta de ficar sozinho por períodos muito longos.


    Lulu da Pomerânia 

    Lulu da Pomerânia


  • Também conhecido como Spitz Alemão Anão, o Lulu da Pomerânia é um cão muito dócil e bonito – sendo considerado, inclusive, o cachorro mais bonito em todo o mundo nos dias de hoje. Companheira, divertida e brincalhona, a raça exige algum adestramento, pois, pode ser bastante atrevida – embora não seja nada agressiva. 

    Bastante desconfiado e reservado com pessoas e outros cães desconhecidos, o Lulu da Pomerânia tem mais facilidade em fazer amizade com animais de diferentes espécies, mas é completamente fiel aos seus proprietários. Corajoso e sempre alerta, pode ser considerado um pequeno grande cão de guarda; já que sempre tenta alertar seus donos a respeito de qualquer perigo – podendo até mesmo enfrentar cães e pessoas grandes para proteger as pessoas à quem tem mais apego.

    Fonte: CachorroGato 

    terça-feira, 10 de janeiro de 2017

    Os animais cometem suicídio?



    por Melissa Hogenboom-BBC Earth




    Em 1845, uma história curiosa apareceu nas páginas do Illustrated London News, um jornal da capital britânica.

    Um cachorro preto, descrito como "fino, bonito e valioso", teria "se jogado na água", em uma provável tentativa de suicídio. Suas  pernas e  patas estavam "perfeitamente imóveis" - algo incomum para um cão em um rio.

    Mais estranho ainda: após ser retirado da água, o cachorro "rapidamente correu para a água e tentou afundar mais uma vez". O cão acabou morrendo.

    A julgar pelos relatos da imprensa da época, ele estava longe de ser o único nessas tentativas. Pouco tempo depois, outros dois casos apareceram em jornais populares: um pato que teria se afogado de propósito e uma gata que se enforcou em um galho após seus filhotes morrerem.

    O que há de verdade nesses episódios?

    Sabemos que animais podem sofrer problemas de saúde mental como humanos: sobretudo estresse e depressão, mas animais realmente tentam suicídio?

    Pergunta antiga

    A questão não é nova: os gregos antigos também a consideravam. Há mais de 2 mil anos, Aristóteles citou um cavalo que se jogara num abismo após a revelação de que, como Édipo, ele teria se relacionado com a própria mãe, sem saber.

    No século 2º d.C., o estudioso grego Claudius Aelian dedicou um livro inteiro ao tema. Citou 21 supostos casos de suicídio animais, incluindo um golfinho que se deixou capturar, diversos cães que morreram de fome após a morte dos donos e uma águia que "se sacrificou por combustão na pira de seu falecido dono".

    Como o "cão bonito" que se afogou, a ideia de suicídio animal continuou popular no século 19. O psiquiatra William Lauder Lindsay disse que animais nessa condição sofriam de "melancolia suicida" e descreveu como poderiam ser "literalmente estimulados à fúria e paranoia" antes de um suicídio.

    Naquela época, essas ideias eram acolhidas por grupos de direitos dos animais. Ativistas buscavam humanizar as emoções dos bichos, explica o historiador da medicina Duncan Wilson, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, que analisou referências históricas ao suicídio animal em um artigo em 2014.

    Os ativistas faziam isso, afirma o especialista, para mostrar que os animais "compartilhavam a capacidade de autoreflexão e intencionalidade, que incluía a possibilidade de tentar tirar a própria vida por sofrimento ou fúria."

    Um exemplo: uma edição de 1875 da publicação científica Animal World trazia na capa um cervo selvagem saltando para um provável suicídio. O texto dizia que "um cervo selvagem, para não ser capturado por seus perseguidores, irá cair nas garras de uma morte terrível."

    Ciência e cultura

    Contudo, com o avanço da medicina no século 20, a atitude humana diante do suicídio se tornou mais científica, e esse tipo de retrato "heroico" de animais suicidas perdeu espaço.

    O foco mudou para suicídios que afetariam populações maiores, como resultado de pressão social, diz Wilson. O suicídio se tornou algo como um mal social. Pegue os exemplos de lemingues que aparentemente marcharam para se jogar de penhascos ou encalhes coletivos de baleias.

    Wilson não procurou responder se os animais realmente tentam suicídio. Em vez disso, sua pesquisa revelou que mudanças nas atitudes diante do suicídio humano se refletiram em nossas histórias sobre bichos.

    Mas um outro pesquisador tentou encontrar essa resposta.

    Antonio Petri, psiquiatra na Universidade de Cagliari, na Itália, revisou a literatura sobre suicidio animal e concluiu que histórias como as dos jornais do século 19 não devem nos iludir.

    Ele analisou cerca de mil estudos publicados em 40 anos e não encontrou provas de que um animal selvagem conscientemente pratique suicídio. Casos como o do livro do grego Claudius Aelian são "fábulas antropomórficas (cuja forma aparente evoca seres humanos)", diz ele.

    Pesquisadores hoje sabem que a morte coletiva de lemingues são um consequência triste de uma população densa de criaturas emigrando juntas ao mesmo tempo.

    Nos casos em que um animal de estimação morre após o dono, isso se explica pela disrupção de um laço social, afirma Preti. O animal não toma uma decisão consciente de morrer - ele era tão acostumado ao dono que passa a não aceitar mais comida de ninguém.

    "Pensar que um animal desse morreu de suicídio como uma pessoa é apenas uma projeção de um estilo de interpretação (romântica) humana."

    Estresse animal

    Esse exemplo chama a atenção a um fato importante: o estresse pode alterar o comportamento de um animal de modo a ameaçar sua vida.

    Isso ocorreu no parque SeaWorld de Tenerife, na Espanha, em maio de 2016.

    Um vídeo que se tornou viral mostra uma orca selvagem aparentemente tentando se manter fora do tanque por cerca de dez minutos. Dezenas de reportagens afirmaram que o mamífero tentara suicídio.

    Sabemos que orcas se comportam de maneira diferente em cativeiro do que em liberdade, o que não surpreende, já que um tanque representa uma fração ínfima de um oceano.

    Ambientes artificiais costumam estressar orcas, desencadeando comportamento repetitivos como ranger de dentes.

    Quando essas situações ocorrem, afirma Barbara King, do William & Mary College (EUA), é importante entender quão profundamente esses animais vivenciam emoções. Isso pode revelar por que eles podem agir de maneira tão autodestrutiva.

    "Até onde sei, a maioria desses casos tem algum tipo de intervenção humana, seja caça ou confinamento", afirma King, que já escreveu muito sobre sofrimento animal e suicídio.

    Vários animais mantidos em condições traumáticas também vivenciam situações similiares ao estresse, transtorno de estresse pós-traumático e depressão.

    Um urso mantido em uma fazenda na China sufocou seu filhote e depois se matou. Isso ocorreu depois de uma dolorosa injeção de um cateter no abdome do filhote para extrair bile, que às vezes é usada em remédios na medicina chinesa. Relatos na imprensa sugeriram que ele teria matado o filhote e cometido suicídio para evitar mais anos de tortura.

    Esse talvez seja outro exemplo de um comportamento não-natural desencadeado pelo estresse e pelo confinamento por longo período. Também pode ser visto como reflexo de "um animal tentando fugir de seu cativeiro", diz Preti.

    Destino conjunto

    Outros animais que costumam ser citados como suicidas são baleias que encalham em conjunto.

    A causa desses encalhes não é clara até hoje. Uma hipótese é que possam ser causados por um indivíduo doente buscando segurança em águas mais rasas. Como baleias formam grupos sociais, outros seguem esse indivíduo e também encalham. A ideia é conhecida como "hipótese do integrante doente", mas não é considerada suicídio.

    Uma explicação ainda mais sutil sobre aquilo que parece ser comportamento autodestrutivo também pode ser facilmente levantada. Há certos parasitas que infestam o cérebro dos hospedeiros, causando atitudes incomuns que ajudam os parasitas a sobreviver. O hospedeiro costuma morrer nesses casos.

    Por exemplo, o parasita Toxoplasma gondii infesta ratos e "desliga" o medo inato que possuem de gatos. Se o gato comer o rato, o parasita se reproduz. Um estudo de 2013 indicou que uma infecção por T. gondii acaba com esse medo de maneira permanente, mesmo se o parasita for eliminado.

    Do mesmo modo, o fungo parasita Ophiocordyceps unilateralis pode controlar a mente de formigas, deixando-as como zumbis. Os insetos acabam sendo levados a morrer em locais mais propícios ao desenvolvimento desses fungos.

    Há ainda o caso de aranhas que deixam os filhotes comê-las. Embora elas morram no processo, esse sacrifício não é um suicídio, mas um ato extremo de cuidado materno. A mãe aranha fornece seu próprio corpo como uma importante e nutritiva primeira refeição, que garante a sobrevivência do filhote.


    Brett Bennet registrou um vídeo que emociona que o vê. Brutus, seu cão Rottweiler, encosta a cabeça sobre Hank, o outro cão de Brett, e  chora de tristeza a morte do irmão.
    Nos 2 anos com os cães, Brett nunca tinha visto Brutus se comportar desta forma: “Brutus não quer que o irmão o abandone e não vai se mover, deitado sobre a cabeça de Hank. Brutus nunca chorou ou choramingou nos dois anos que o tenho, mas claramente você pode ver nos seus olhos que ele está chorando por seu irmão.

    Definindo suicídio

    Para afirmar que tal comportamento não se enquadra como suicídio é preciso ter uma definição de suicídio. O ato costuma  ser definido como  "ação de se matar intencionalmente ".

    Sabemos que alguns animais se matam. A questão é saber se tiveram essa intenção. A mãe aranha, por exemplo, pode se comportar dessa forma para prover comida, não para morrer. A ursa pode ter agido por estresse, não com o propósito de matar a si e ao filhote.

    Alguns especialistas acreditam que essa pergunta seja impossível de responder.

    Assim como subestimamos a cognição animal por muito tempo, nós ainda não conseguimos ler a mente dos animais. "Não estou convencido de que (suicídio animal) seja uma questão que a ciência possa responder", afirma King. "Podemos analisar seu comportamento visível, como fazemos quando sofrem, mas não podemos saber se é algo intencional ou não."

    Outros discordam. Afirmam que algumas pessoas tentam se matar, mas animais não, por diferenças nas habilidades cognitivas. A diferença-chave, afirma, é nossa habilidade de pensar bem à frente, no futuro.

    Muitos animais podem fazer planejamentos. Alguns pássaros juntam alimentos para comer depois. Primatas como orangotangos e bonobos armazenam ferramentas para uso no futuro. Mas isso não demanda consiciência sobre o que significa estar vivo.

    Planejar um suicídio demanda um entendimento detalhado sobre nosso lugar no mundo e uma habilidade para imaginar a própria ausência. Isso exige imaginação.

    "Humanos têm a capacidade de imaginar cenários, refletir sobre eles e associá-los a narrativas mais amplas", afirma Thomas Suddendorf, psicólogo evolucionista na Universidade de Queensland, na Austrália.

    A maioria de nós supera essas preocupações. Temos um viés otimista inato, que nos dá uma visão mais positiva sobre o futuro, mas isso não ocorre com quem tem depressão - para essas pessoas, o futuro parece sombrio.

    Pessoas deprimidas apreciam verdadeiramente a realidade, diz Ajit Varki, da Universidade da Califórnia, que tem escrito sobre a singularidade humana e nossa capacidade de negar a morte.

    "Uma das realidades é que você vai morrer." O resto de nós tem uma habilidade extraordinária para ignorar esta eventualidade, algo que Varki classifica como "um capricho evolucionário".

    Varki sugere que todos os possíveis casos de suicídio animal possam ser explicados por outros meios. Animais choram, reconhecem seus mortos e têm medo de cadáveres, por exemplo, mas não temem a morte "como uma realidade".

    "É um medo de situações perigosas que potencialmente podem levar à morte", avalia Varki.

    Pensar assim faz mais sentido. Se animais negassem os riscos de morte como fazem muitos humanos, zebras iriam passear perto de leões, peixes nadariam ao lado de crocodilos e ratos encarariam cobras.

    Se fossem tão autoconscientes como nós, talvez parassem de defender seus territórios ou buscar comida. Eles possuem uma resposta inata ao medo por uma boa razão: ficar vivo.

    Somos o único animal capaz de entender e lidar com nossa própria mortalidade, diz Varki, precisamente porque somos essas criaturas otimistas com um nível sofisticado de autoconsciência.

    "O que é suicídio?", questiona o pesquisador. "É induzir a própria mortalidade, mas como você pode induzi-la se não sabe que é mortal? É (portanto) bem lógico que o suicídio seja algo unicamente humano."


    domingo, 8 de janeiro de 2017

    O pequeno cão que virou guia do amigo






    Exemplo.






    Milo, o Terrier e Eddie, o labrador, já conviviam no mesmo ambiente, eram velhos amigos. Angie Baker-Stedham, a cuidadora dos dois personagens, começou a notar que Eddie esbarrava constantemente nos obstáculos da casa, algo impensável para qualquer cão. Diagnosticado como cego Eddie teve a ajuda de sempre se espera dos grandes amigos: solidariedade.




    Sem nenhum treinamento, Milo passou a ser o cão guia de Eddie. Milo o agora um cão guia, leva guizos na coleira para que Eddie possa segui-lo. Sempre que Eddie, o labrador, se afasta, Milo vai buscá-lo.




    Segundo Angie Baker, é muito difícil perceber o quanto Eddie depende de Milo para se locomover, para fazer tudo o que sempre fez. Agora, Eddie não dá trombadas nos móveis já que Milo está sempre atento aos movimentos do amigo Eddie.




    Confira no vídeo abaixo  um passeio com esses dois grandes personagens que mostram a todos, que acima de tudo, a solidariedade é um dom que todos temos, mas precisamos exercitá-la sempre.



    sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

    Cão e Grama










    Quem tem um cão ou gato em casa já deve ter visto o bicho comer grama. A princípio isso pode parecer estranho, já que as "verduras" em geral não fazem parte da dieta desses pets. Muitos inclusive acreditam que essa atitude pode fazer mal ao animal, e muitas vezes o impedem de comer grama. Mas isso está totalmente errado. Os médicos-veterinários Eduardo Filetti e Ana Paula Correia explicam que "o ato de ingerir grama é puramente instintivo, cada animal determina a quantidade necessária.


    O mais interessante é que esse ato faz com que nossos cães, mesmo que instintivamente, consumam a clorofila, que inibe o crescimento bacteriano em feridas, combate as infecções de gengiva, de garganta e de úlceras gástricas e previne inflamações de intestino. Ela também é responsável pela renovação de tecidos, promove uma flora intestinal saudável para o animal e ativa enzimas para produzir vitaminas A, E e K".


    O fato de cachorros comerem grama está diretamente ligado a seus parentes próximos, tais como lobos e raposas. Mas, de acordo com os médicos-veterinários entrevistados, cães comem gramas e matinhos quando se sentem com o estômago "enjoado". A grama age como um irritante do estômago, fazendo o animal vomitar a comida "indesejada" ou o "veneno" ingerido.


    "Comer grama faz bem para o animal! Cães e gatos podem ingerir grama normalmente. No caso dos felinos, o ato de ingerir grama ajuda na regurgitação de bolas de pelo, que se formam no estômago à medida que o gato lambe o próprio corpo para se higienizar. Nos cães, a grama também melhora o funcionamento do intestino e ajuda a expulsar, por meio do vômito, alimentos que estejam causando mal-estar", afirmam.



    1.Dor de barriga nos cães
    A principal e mais comum explicação sobre esse assunto é o mal-estar gastrointestinal do cão. Diversos veterinários defendem que a grama atua como erva medicinal nesses casos.

    Então, se você reparou que o seu cão tem ingerido um pouco de grama ou até mesmo as plantas de seus vasos e do jardim, não se desespere: é muito provável que ele esteja sentindo um desconforto gastrointestinal, e tem ingerido essas plantas como forma de remediar o desconforto.

    Nessas situações de mal-estar estomacal e/ou intestinal, não é necessário fazer nada. O próprio cão já ingere a planta para que o organismo volte ao normal naturalmente. O que acontece é que a grama é responsável por "irritar" o estômago, com a função de incentivar o corpo do animal a expelir o alimento que o fez mal.

    2. Técnica de caça do cachorro
    Existe uma teoria que explica o fato de o cão comer grama quando está caçando alguma presa. Acredita-se que é uma forma que o cachorro encontra para reunir diversas informações sobre o animal que está perseguindo, através do gosto e do cheiro da planta.

    3. Suplemento à dieta do cãozinho
    Outra teoria interessante é a que compara os hábitos do cão com os de seus semelhantes selvagens. Os lobos e raposas, por exemplo, caçam animais herbívoros e, assim, indiretamente, têm acesso aos nutrientes das plantas.

    Acredita-se, dessa forma, que o cachorro possui um desejo instintivo de adicionar grama à sua alimentação, pois, em alguns momentos da sua vida, algumas fibras presentes na planta são necessários fazendo com que ele instintivamente a ingira. Também é possível observar esse comportamento espontâneo quando o animal come terra, que pode significar a falta de minerais, tais como o cálcio e o fósforo.

    4. Pode ser apenas tédio do cachorro
    Até mesmo o tédio e a falta de atividade física podem levar o cão a ingerir grama.

    "Meu cachorro come grama. Ele pode estar com algum problema?"

    Observe com que frequência seu animal tem comido grama.
    Apesar de ser muito normal ver um cão comendo grama uma vez ou outra, a frequência pode indicar problemas mais complicados do que um simples desconforto no aparelho digestivo. Assim, caso o seu animal esteja comendo muita grama, por longos períodos de tempo, o ideal é que ele seja levado ao médico veterinário.






    Veterinários fazem ressalva


    Tanto Eduardo quanto Ana Paula enfatizam que não é todo tipo de grama que o animal pode comer. "É preciso ter cuidado com a grama de jardins, do quintal ou da calçada, que pode estar contaminada com agrotóxicos e venenos. A ingestão desse tipo de grama pode ser tóxica e também, o que é muito preocupante, trazer endoparasitas (parasitas que vivem no interior do corpo) para o animal. Outro cuidado é com as plantas tóxicas cultivadas em casas e jardins, como a comigo-ninguém-pode, copo-de-leite, coroa-de-cristo, costela-de-adão e muitas outras. Portanto é mais seguro adquirir no mercado um produto próprio para cães e gatos, desenvolvido especialmente para que os pets possam se abastecer de fibras vegetais, sem agrotóxicos e sem toxidez ao organismo", finalizam.










    Eduardo Ribeiro Filetti é médico-veterinário - CRMV-SP n.º 5.100 - formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor titular de Fisiologia Médica na Universidade Santa Cecília. Site: http://www.filetti.com.br


    Ana Paula Correia é médica-veterinária (CRMV-SP 15.151).



    quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

    Kelsey: de abandonada a feliz.





    O abandono provoca dor. Kelsey era assim uma cadela que ninguém enxergava, embora pudesse ser notada à distância, mas são poucas as pessoas que têm coragem de estender a mão, tanto para um ser humano quanto para um animal que não tem voz, não sabe pedir, não sabe exigir, não tem o mínimo direito.





    Mas sempre há alguém disposto a mudar histórias, a fazer justiça e a colocar para fora aquilo que seu coração exige e, lá vai Kelsey sem se opor, sem oferecer resistência:


    As coisas começaram a mudar na vida de Kelsey. Agora já estava sob os cuidados de quem entende:



    Ainda assim, o estado geral de Kelsey era lamentável, crítico:



    O carinho e a dedicação começam a fazer efeito:



    Aos poucos os efeitos da dedicação dos profissionais e o amor foram aparecendo:


    Interagir com outros cães já era possível:


    A transformação já se via. A pele já estava limpa, pronta para receber uma nova pelagem:





    Bem alimentada, Kelsey já começa a ganhar peso:



    A transformação já podia ser vista. O amor e a dedicação de quem protege estava à vista de todos.

    Qualquer transformação só é possível quando há empenho de quem ama.


    Histórias com final feliz só são possíveis quando há a vontade de agir. Não compre um animal: adote sempre.